Capitão Fantástico | Crítica


Capitão Fantástico (Captain Fantastic)
Elenco: Viggo Mortensen, Frank Langella, George Mackay, Samantha Isler, Annalise Basso, Nicholas Hamilton, Shree Crooks, Charlie Shotwell.
Direção: Matt Ross.
Estreia: 22 de dezembro de 2016.


Uma mistura de Pequena Miss Sunshine e Na Natureza Selvagem, com toques de Entre Umas e Outras é o que encontramos em Capitão Fantástico, filme dirigido por Matt Ross, com Viggo Mortensen no papel principal. Esse é o segundo longa do diretor que, conhecido por papéis secundários em grandes filmes como O Aviador e Psicopata Americano, desta vez conseguiu um grande destaque na mídia, o que lhe rendeu, no Festival de Cannes, o Prêmio Um Certo Olhar na categoria Melhor Direção.

Viggo Mortensen, conhecido por interpretar Aragorn na Trilogia do Senhor dos Anéis, nos traz a interpretação visceral de Ben Cash, um pai que cria seus seis filhos longe da civilização, no meio da floresta, sob uma rotina rígida de ensinamentos e treinamentos. Bodevan, Vespyr, Kielyr, Rellian, Zaja e Nai aprendem filosofia, política, história, línguas, métodos de sobrevivência e até mesmo manejo de armas.

A vida da família Cash muda drasticamente após a morta da mãe, Leslie (Trin Miller), que comete suicídio por conta de um quadro grave de depressão e transtorno bipolar. A partir daí, Ben se vê obrigado a deixar sua rotina e seu isolamento para encarar um novo mundo com seus filhos.

No filme são abordados temas como consumismo, capitalismo, grandes corporações, direitos humanos e civis, saúde física e mental. Somos levados a questionar nosso estilo de vida e nossos hábitos. Assim como Ben, que a partir de uma série de acontecimentos, é levado à reflexão sobre o pai que ele é e o que pai que ele precisa ser. Ben nos mostra que é possível ceder e ainda assim ser fiel ao que se acredita. Honesta e por vezes dolorida, a atuação de Viggo Mortensen lhe rendeu indicações ao Globo de Ouro, Oscar e BAFTA como Melhor Ator.

Vale destacar a excentricidade natural das crianças que em algumas cenas traz um elemento cômico para acontecimentos um tanto pungentes. Shree Crooks (Zaja) e Charlie Shotwell (Nai), os filhos mais novos, têm interpretações extremamente cativantes. George Mackay (Bodevan), Samantha Isler (Kielyr), Annalise Basso (Vespyr) e Nicholas Hamilton (Rellian) são muito verdadeiros e autênticos em suas interpretações, criando um laço emocional com quem assiste. Você quer pegá-los para criar ou, no mínimo, ser um deles.

Capitão Fantástico é capaz de nos deixar um recado ao final: Se precisar, mude. Coisas ruins acontecem, aprenda com elas. Não é vergonha mudar de opinião. Tudo ficará bem, afinal.

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