Okja | Crítica


Okja
Elenco: An Seo Hyun, Tilda Swinton, Jake Gyllenhaal, Paul Dano, Steven Yeun, Lily Collins, Byun Heebong, Yoon Je Moon, Shirley Henderson.
Direção: Bong Joon Ho
Estreia: 28 de junho de 2017

★★★★★

Uma das apostas da Netflix no Festival de Cannes 2017, alvo de vaias, centro de polêmicas, o filme assim como a super porca Okja foram grandes o suficiente para passar por cima de tudo isso e ser o enorme sucesso que são. O longa sul-coreano dirigido por Bong Joon Ho conta com um elenco prestigiado executando interpretações excêntricas, que é merecedor do tempo que você vai dedicar para assistir ao filme.

Os laços de lealdade da amizade entre uma imensa criatura e uma garota são colocados à prova quando o prazo de 10 anos do concurso de melhor super porco chega ao fim. Com sua imensa porca sendo levada pra longe para se tornar comida, a jovem Mija (An Seo Hyun) vai fazer de tudo para salvar Okja e permanecer junto daquela que considera um membro de sua família. 


Apesar de a ligação de uma pessoa com um animal já ser algo que possa se dizer comum no mundo cinematográfico a trama não se resume a isto e vai além, construindo analises da ganância empresarial e em geral do capitalismo. A falta de ética nesses ambientes corporativistas como também no campo científico da transgenia são pontos provocativos que o filme lança a sua audiência.

Em contrapartida somos apresentados a um grupo de libertação animal que chama atenção por seus valores defendidos assim como nas maneiras em que realizam pra isso. Com a mídia sendo questionada, o espectador é convidado a refletir sua postura como consumidor e não deixar ser manipulado pela forma em que as informações são entregues. 

A questão principal é capaz de ser a extrema crueldade no abatimento de animais e nas condições em que são expostos nesse processo de transformá-los em refeição. O roteiro é deveras inteligente, fazendo o público se apaixonar pela cativante Okja e sua espécie e logo após os expondo no ambiente de produção de carnes, em cenas que podem chocar aqueles que não possuem nenhum conhecimento sobre o assunto ou aqueles com alguma proporção de sensibilidade, assim o seu objetivo é potencialmente alcançado e como Paul McCartney costuma dizer “If slaughterhouses had glass walls everyone would be vegetarian”(“Se os abatedouros tivessem paredes de vidro seriamos todos vegetarianos”).

O filme já chama atenção pelos efeitos especiais (em especial na tradução das emoções dos animais), além de preservar a naturalidade da história usando o coreano tão bem como o inglês. A trilha sonora pode deixar a desejar em alguns momentos para sustentar, por exemplo, o suspense de cenas, mas não é algo que leve o filme á qualquer desprestígio. Com tudo, por todas suas qualidades é um filme digno das grandes telonas apesar de produzido exclusivamente para a plataforma de streaming, como a presença de uma cena pós-crédito pode confirmar.



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