A Chegada | Crítica


A Chegada (Arrival)
Elenco: Amy Adams, Jerremy Renner, Forest Whitaker.
Direção: Denis Villeneuve.
Estreia: 24 de novembro de 2016.



Indicado ao Oscar de melhor filme , a obra de ficção científica A Chegada, protagonizado pela incrível Amy Adams e dirigido por Denis Villeneuve nos engana com a simplicidade da sinopse e surpreende com a sua profunda sensibilidade.

O filme traz uma abordagem diferente das tipicamente usadas nas narrativas sobre contato com alienígenas. Doze OVNIs ocupam doze regiões no mundo, mas sem manifestar nenhuma ação, assustando a população e os líderes dessas regiões que temem o desconhecido, que não sabem o que eles querem ou de onde eles são. Com esses questionamentos que militares convocam Dra. Louise Banks (Amy Adams), uma linguista especialista para ajudar a criar uma forma de se comunicar com os alienígenas e conseguir respostas. Louise conta com a ajuda de Ian Donnelly (Jerremy Renner), um matemático teórico, além de uma grande equipe que combinam seus conhecimentos em diferentes áreas para alcançar o objetivo, demonstrando uma ideologia científica coerente ao espectador.

O roteiro é baseado em um dos contos do livro Histórias da sua vida e outros contos de Ted Chiang, e é sem dúvidas um roteiro inteligente. A construção da narrativa é uma combinação de uma história pessoal com um enredo de maior magnitude. Assim, o papel de heroína se desenvolve em Louise durante sua jornada para criar uma forma de comunicação entre humanos e alienígenas, nessas tentativas que aos poucos vai se estabelecendo uma conexão entre ela e os alienígenas, que em quase todo momento é incompreendida até por ela mesma.


Numa comparação para entendimento, há um funcionamento de quebra-cabeça onde várias peças são entregues ao espectador, mas quando você olha as peças que possui, não consegue enxergar um sentido naquilo. É somente nos momentos finais do filme que as peças se encaixam na sua mente e possibilita a visualização das surpreendentes mensagens presentes nas entrelinhas do filme. Com diversos pontos para levantar discussões, a necessidade de unir a humanidade, a necessidade da chegada de uma mudança é o ponto que mais se encontra na atual realidade.

A mudança na coloração das cenas, que variam entre tons escuros á tons mais claros com cores quentes, refletem de forma poética no enredo, contribui na apresentação da excelente fotografia do filme, que lhe rendeu uma merecida indicação ao Oscar de melhor fotografia na edição de 2017.

A Chegada nos leva á uma diferente perspectiva de entender o tempo e a sua ordem, faz uma desconstrução do habitual significado de inícios e fins. Com tudo isso o filme deixa um emocionante significado final que tem grande potencial de proporcionar longos momentos de reflexão.

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